Em que consiste o pecado e quais as suas dimensões?

Compreendendo o Reino de Deus como um projeto, podemos chamá-lo de Projeto Humanização. Dessa forma, compreendemo-nos, apenas como homens e mulheres participantes desse projeto, onde aderir a ele é humanizar-se e negá-lo é desumanizar-se.   Se acreditamos que o nosso destino agraciado por Deus é de uma sociedade nova, ou seja, humanizada plenamente, e que nisso se dá a nossa salvação, então, negar esse projeto é negar o próprio destino de graça; ação que podemos compreender como pecado.
Dessa forma, podemos compreender o pecado como a negação ao projeto salvífico de Deus, que passa pela humanização dos homens e mulheres da sociedade, hoje, ainda entregues às suas subjetividades.  Mais do que amostra, Jesus, por ter sido plenamente homem, foi a certeza da possibilidade dessa nova sociedade.  Jesus é o Reino, pois é plenamente humano e nele não há pecado.
Existem duas dimensões para o pecado; uma é classificada como pessoal-individual e a outra, como comunitário-social.  Falamos, acima, de uma realidade do pecado pessoal, pois foi abordada a relação do homem e mulher com a liberdade de escolher entre a benção e a maldição, a vida e a morte.  Somos chamados a essa nova sociedade, escolhendo, pois, a vida.  Por isso a causa maior do pecado passa a ser a negação à própria vida, a vida em abundância oferecida por Cristo.
Por estarmos mergulhados em uma sociedade pecaminosa o pecado passa a ganhar status de sistema; como se ganhasse uma identidade coletiva. Assim, não é mais o homem e a mulher que pecam sozinhos; eles, agora, fazem parte de um sistema pecaminoso. Fato que torna mais difícil a adesão ao projeto de Deus.  A sociedade de hoje é desumana; e buscar humanizar-se dentro de uma sociedade desumana é um grande e árduo caminho para o homem.

Por Daniel Gomes Ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário